BIBLIOLOGIA - MODULO III - HARMONIA E UNIDADE DAS ESCRITURAS

22/06/2015 01:19

III. HARMONIA E UNIDADE DAS ESCRITURAS

A harmonia e unidade das Escrituras se constituem num milagre singular. Nunca em qualquer outro lugar e em cir­cunstâncias tão adversas, se juntaram tantos e diferentes tratados contendo história, biografia, ética e poesia, para formar um único livro. Neste particular a Bíblia não tem nenhum paralelo com a literatura humana, visto que todas as condições humanamente falando, não apenas são desfa­voráveis, mas fatais a tal combinação (Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pag. 11)

1. Pormenores da Harmonia das Escrituras

A existência da Bíblia até os nossos dias é algo sim­plesmente miraculoso. Seus 66 livros escritos por cerca de 40 autores, durante um período de mais ou menos dezes­seis séculos, somam-se num só com uma mensagem una e harmônica. Seu aspecto miraculoso e sobrenatural se acentua quando analisados os seguintes elementos, partes do seu processo de preparação como livro.

a) Os Escritores

Os homens escolhidos por Deus, para compor a Bíblia, eram homens de praticamente todas as atividades da vida humana então conhecidas, razão porque encontramos os mais variados estilos nos seus escritos. Por exemplo: Moi­sés foi príncipe e legislador. Josué foi um valoroso soldado. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías, estadista e pro­feta. Daniel, ministro de Estado na Babilônia. Jeremias e Zacarias, sacerdotes e profetas. Amos, agricultor e vaquei­ro. Pedro, Tiago e João, pescadores. Mateus, funcionário público romano. Lucas, médico e historiador. Paulo, teólo­go e erudito. Apesar da variedade de formação e ocupação dos es­critores da Bíblia, examinados os seus escritos, é incrível notar como eles se harmonizam e se inteiram do começo ao fim. Eles não tomam rumos diferentes. Do começo ao fim eles tratam dum só assunto, formando um só livro (A Bíblia Através dos Séculos – Edições CPAD – Pag.37)

b) As Condições

Foram as mais variadas as condições sob as quais os escritores da Bíblia receberam e registraram a Palavra de Deus. Note, por exemplo: Moisés escreveu os seus livros nas solitárias paragens do deserto durante a peregrinação do Egito para Canaã. Jeremias, nas trevas e imundícies dum cárcere. Davi, nas campinas e elevações dos campos. Paulo escreveu suas epístolas ora em prisões, ora em via­gens. João escreveu o Apocalipse na ilha de Patmos quan­do exilado por causa do testemunho de Jesus Cristo.

Não obstante tantas e diferentes condições em que os livros da Bíblia foram escritos, juntos eles são duma uni­formidade incrível. O pensamento de Deus, e não propria­mente o dos seus escritores, corre uniforme e progressiva­mente através dela, como um rio que brotando da sua nas­cente, assemelha-se a um tênue fio d’água que vai se avolu­mando até se tornar num caudaloso "Amazonas" de Deus. Esta harmonia e perfeição é uma característica exclusiva do Livro de Deus.

c) As Circunstâncias

Foram as mais diversas as circunstâncias às quais es­tavam sujeitos os escritores da Bíblia quando tiveram de escrever os seus respectivos livros. Partes dos escritos do rei Davi foram feitos no calor das batalhas, enquanto que Salomão escreveu na paz e conforto dos seus palácios. Alguns dos profetas escreveram os seus livros em meio à mais pro­funda tristeza, ao passo que Josué escreveu o seu livro em meio às alegrias da conquista de Canaã. Apesar dessa plu­ralidade de condições, a Bíblia apresenta uma uniformida­de incrível a fluir suavemente do Gênesis ao Apocalipse.

2.O Porquê da Harmonia e Unidade da Bíblia

Se a Bíblia fosse um livro resultante de esforços pura­mente humanos, certamente que a sua composição seria algo extremamente confuso e indecifrável. Seria uma ver­dadeira Babel.

a) A Confusão do Homem e a Harmonia Divina

Imaginemos quarenta dos melhores escritores da atualidade, providos de todos os recursos necessários, iso­lados uns dos outros, em situações as mais diversas, cada um com a missão de escrever um livro que juntado aos de­mais livros formasse um todo perfeito e harmônico. Qual seria o resultado de tão empreendedor esforço? Não há dú­vida, o resultado seria algo confuso. Teríamos algo seme­lhante a uma colcha de retalhos, de cores e texturas dife­rentes. Seria uma verdadeira miscelânea.

Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos antigos tempos em que os livros da Bíblia foram escritos. A confu­são seria muito maior. Numa época em que os meios de co­municação em nada se assemelhavam aos de nossos dias, nada a não ser a mente inteligente de Deus assegurou o su­cesso e a harmonia das Escrituras.

b) A Catedral da Revelação Divina

"Grandes catedrais, como as de Milão e Colônia, pre­cisaram de séculos para serem edificadas. Centenas de mi­lhares de trabalhadores foram empregados. Certamente ninguém necessita ser informado que por trás do trabalho desses edificadores havia algum arquiteto que construiu mentalmente esse templo, antes de ser lançada a pedra de fundamento, e que esse arquiteto, antes de mais nada, tra­çou os planos e forneceu até mesmo as especificações minuciosas, de modo que a estrutura deve sua simetria ini­gualável, não aos trabalhadores braçais que fizeram o tra­balho bruto, mas àquele único arquiteto, ó cérebro da construção, que planejou a catedral em sua totalidade.

"A Bíblia é uma majestosa catedral. Muitos edifica­dores humanos, cada um por sua vez, contribuíram para a estrutura. Mas, quem é o arquiteto? Que mente una foi aquela que planejou e enxergou o edifício completo, antes que Moisés tivesse escrito aquelas primeiras palavras do Gênesis, as quais, não por acidente, mas tendo o propósito de gravar nome do arquiteto no vestíbulo, são estas: 'No princípio, Deus’?” (Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pág.11).

IV. JESUS, O TEMA DAS ESCRITURAS

A Bíblia está repleta de Jesus. Toda a profecia o tem como tema. As Escrituras nos fornecem a linha da descen­dência de Cristo, o Messias de Deus. Ele havia de ser a se­mente da mulher; da raça de Sem; da linhagem de Abraão, por meio de Isaque e Jacó; da tribo de Judá e da família de Davi. As Escrituras registram eventos futuros relacionados à Pessoa e ministério terreno de Cristo. Desde o lugar do seu nascimento até a sua segunda vinda e seu reino eterno - tudo foi predito em termos inequívocos, do Gênesis ao Apocalipse.

1. Cristo, do Gênesis ao Apocalipse

Estudiosos da Bíblia têm calculado que mais de tre­zentos detalhes proféticos foram cumpridos fielmente em Cristo. Aqueles que ainda não foram cumpridos, referem-se à sua segunda vinda e ao seu reino, ainda futuros.

a) Cristo no Pentateuco

O Pentateuco compreende os primeiros cinco livros da Bíblia, escritos por Moisés. Eles falam de Cristo como o descendente da mulher, o nosso Cordeiro Pascal, q nosso Sacrifício pelo pecado, Aquele que foi levantado para nos­sa cura e redenção, e o Verdadeiro Profeta.

b) Cristo nos Livros Históricos

Os livros históricos agrupam os livros da Bíblia que vão desde Josué até o livro de Ester. Da dramaticidade dos seus relatos, se sobressai a figura singular do Salvador co­mo: o Capitão da nossa salvação, o nosso Juiz e Liberta­dor, o nosso Parente Resgatador, o nosso Rei Soberano, o Restaurador de nossas vidas, e a divina corte de apelação das causas perdidas.

c) Cristo nos Livros Poéticos

O conjunto de livros que formam a seção dos livros poéticos compreende os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Na Bíblia eles se irmanam na exal­tação do Senhor Jesus Cristo como o nosso Redentor que vive, o nosso Socorro e Alegria, a Sabedoria de Deus só achada pelos diligentes madrugadores, o Alvo Verdadeiro, e o Amado da nossa alma.

d) Cristo nos Livros Proféticos

Os livros proféticos do Antigo Testamento são os li­vros compreendidos desde Isaías até Malaquias. Neles o espírito profético vaticina a humanização, humilhação e glorificação do Messias. Eles o apresentam como o Messias que há de vir, o Renovo da Justiça, o Filho do homem, o Soberano de toda a terra cujo trono jamais será removido, o Marido fiel, o Restaurador benevolente, o Lavrador divi­no, o nosso Salvador imutável, a nossa Ressurreição e Vi­da, a Testemunha Fiel contra as nações rebeldes, a nossa Fortaleza no dia da angústia, o Deus da nossa salvação, o Senhor Zeloso, o Desejado de todas as nações, o Pastor ferido, o Sol da Justiça.

e) Cristo no Novo Testamento

O Cristo vaticinado no Antigo Testamento encontra nos escritos do Novo a sua maior expressão. Este o apre­senta como o Messias manifesto, o Servo de Deus, o Filho do homem, o Filho de Deus, o Senhor redivivo, a divina Causa da nossa justificação, o Senhor nosso, a nossa Sufi­ciência, o nosso Libertador do jugo da Lei, o nosso Tudo em todas as coisas, a nossa Alegria e Gozo, a nossa Vida, Aquele que há de vir, o Senhor que vai voltar, o nosso Mes­tre, o nosso Exemplo, o nosso Modelo, o nosso Senhor e Mestre, o nosso Intercessor junto ao Pai, a Preciosa Pedra Angular da nossa fé, a nossa Força, a nossa Vida, o nosso Caminho, Aquele que há de vir com milhares dos seus san­tos e anjos, e o Triunfante Rei dos reis e Senhor dos senho­res.

2. Jesus Aprovou a Bíblia

Em Jesus a Bíblia teve o seu mais leal defensor. De que modo Jesus deu a sua aprovação às Escrituras?

a) Jesus Leu a Bíblia

"E, chegando [Jesus] a Nazaré, onde fora criado, en­trou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinago­ga, e levantou-se para ler. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me un­giu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de to­dos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a di­zer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvi­dos" (Cl 4.16-21).

b) Jesus Ensinou a Bíblia

"E [Jesus] lhes disse: ô néscios, e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.25-27).

 

c) Jesus Chamou a Bíblia de "a Palavra de Deus"

"Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas" (Mc 7.11-13).

c) Jesus Cumpriu a Bíblia

"E disse-lhes [Jesus]: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco. Que convinha que se cum­prisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44). Jesus também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Ele viveu e procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, ao derrotar o inimigo, fê-lo citando a Palavra de Deus (Dt 8.3; 6.13,16; Mt 4.1-11).

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