Teologia Sistemática Módulo VII. O VALOR ETERNO DAS ESCRITURAS

20/07/2015 13:32

Mesmo como composição literária, a Bíblia se consti­tui o livro mais notável jamais visto pelo mundo. De todos os escritos, ela é o mais antigo, e contém uma memória do mais vivo interesse. A história de sua influência é a histó­ria da civilização e do progresso. Não se pode apontar qua­se nenhuma passagem deste admirável livro que não tenha trazido instrução e conforto a milhares. Sob este ponto de vista único, merece a Bíblia a nossa particular atenção e reverente respeito.

1. Os Dois Testamentos se Completam

Antigo e Novo Testamentos se inteiram aumentando o valor um do outro. Como uma prova da estreita relação entre as duas dispensações, e da sanção dada, no Novo Testamento, ao Antigo, contém o primeiro cerca de duzentas e sessenta citações diretas do último, dando cerca da metade delas mais o sentido do que as palavras textuais; e as alusões são ainda mais numerosas, sendo o seu número talvez maior do que trezentos e cinquenta. Os dois Testamentos contêm um mesmo plano de reli­gião; nenhuma das partes pode ser entendida sem a outra. O livro de Levítico ajuda na compreensão da Epístola aos Hebreus, enquanto que Daniel ajuda na compreensão de Apocalipse. Ambos os Testamentos tratam apenas de um assunto do princípio ao fim. Na verdade a Escritura é como o oceano, extrema­mente límpido, mas insondável. Ela parece dizer aos mi­lhares que a estudam: "Meus tesouros são inexauríveis; nunca me ponhais de lado, mas examinai-me incessante­mente" (Compêndio de Teologia – Editora Nazarena – Pág. 36).

2.O Divino Intérprete das Escrituras

Os mais ricos tesouros das Escrituras não se podem descobrir a menos que o Espírito Santo os revele" (Sl 119.18; Lc 24.45; Jo 16.13; 1 Co 2.9-16). É com a luz do Espírito Santo que ficamos convencidos da verdade da Bíblia, ou da verdadeira significação de determinadas passagens (Jo 7.17; 1 Co 2.13). O "intérprete", em cuja casa o Peregrino de Bunyan viu tantas maravilhas, é o Espírito Santo. Além disso, a Escritura interpreta a própria Escritura. Deste modo, não há uma só passagem que, obscura mas conten­do alguma verdade importante, não seja explicada em al­gum outro lugar. A Bíblia, escrita sob a orientação daquele a quem to­dos os corações estão descobertos e que conhece todos os acontecimentos futuros, contém ensinos próprios para pro­veito da humanidade em todos os sentidos e em todos os tempos (Rm 11.4; 1 Co 10.11; 2 Tm 3.15-17). Os melhores escritos de um sábio, depois de al­gumas leituras, como as flores colhidas, murcham em nos­sas mãos e perdem a sua fragrância; mas estas flores imor­tais da verdade divina tornam-se cada vez mais belas aos nossos olhos, emitindo diariamente novos perfumes e sua­ve cheiro, e aquele que uma vez o tenha sentido, deseja-o de novo, e aquele que sente mais vezes sabe apreciá-lo mais (Sl 1.2; 119.11,97; Jó 23.12; Jr 15.16). Neste particular, as Escrituras assemelham-se ao Jardim do Éden, onde se acha toda a espécie de árvore que é agradável à vista e boa para alimento espiritual, inclusi­ve a Árvore da Vida, que é dada para a salvação das pes­soas (Pv 3.13-18; Ap 22.2).

3.Este Livro Singular

A Bíblia tem gozado duma aceitação no mundo ja­mais igualada por qualquer outro livro. A literatura da Grécia que se levanta como incenso dessa terra de templos e atos heroicos, não tem tido a metade da influência que tem tido este livro produzido numa nação menosprezada tanto no passado como no presente... A Bíblia é encontra­da tanto na choupana do homem pobre quanto nos palá­cios reais. Está entrelaçada na literatura do erudito e ador­na o eloquente falar dos sábios. Ela entra na privacidade dos homens mesclando de alegria as tristezas da vida.

A Bíblia atende os homens nas suas enfermidades, quando a febre do mundo abate-se sobre eles... É a Bíblia a melhor parte de nossos sermões; ela levanta o homem por sobre si mesmo. Nossas melhores orações estão baseadas em suas histórias com as quais nossos pais e os patriarcas oraram. O homem tímido, a ponto de despertar-se do sono de sua vida, mira através do límpido cristal das Escrituras e seus olhos voltar a brilhar: não tem medo de estar só, andar em caminhos desconhecidos e distantes, tomar a mão do anjo da morte e dizer adeus à esposa e aos filhos queridos... Mil famosos escritores deste século poderão já não serem lembrados no próximo, porém o fio de prata da Bíblia não está frouxo, nem a taça de ouro da revelação divina está a desmoronar. Como uma crônica do tempo, duas dezenas de séculos são passados, contudo a Bíblia continua como um monumento eterno.

Aqueles que negligenciam a sua Bíblia não imaginam o prazer que perdem por não voltarem os seus olhos à con­templação do objeto mais sublime e mais encantador dos que produziram o Universo inteiro.

 

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